Medo. Uma resposta instintiva do ser humano que pode se manifestar em diferentes ocasiões e de diferentes maneiras. Um dos primeiros jogos a apostar nesse fenômeno foi "Alone in the Dark", seguido bem de perto por "Resident Evil". Quando a Konami tentou seguir a onda, porém, escapou dos moldes desses games - que se aproveitavam da adrenalina gerada por cachorros estourando janelas e oferecendo pouca munição para enfrentar criaturas poderosas - fazendo algo mais sutil... mas nem por isso menos assustador."Silent Hill 3" se aproxima mais dos moldes do primeiro game da série, para PSOne, oferecendo um mundo real, uma contraparte demoníaca, e um protagonista confuso no meio de uma grande trama macabra. Apesar de contar com armamento mais pesado do que de costume na série, a heroína Heather ainda é bastante humana: tem mira ruim, se cansa se correr muito e parece genuinamente assustada com os horrores que presencia.
Bebê de Rosemary do século 21
A trama do jogo leva Heather em uma jornada de auto-descobrimento bastante bizarra. A história começa com quase nada sendo revelado sobre ela, e depois de um breve interlúdio com um detetive particular que estava procurando pela garota, ela acaba em uma versão sangrenta e perturbadora do shopping center onde estava. A aventura continua alternando entre esses dois universos, colocando o jogador em situações em que deve matar monstros e resolver quebra-cabeças para descobrir a horrível verdade sobre Heather.
Seguindo a tradição da série, jogadores podem escolher a dificuldade tanto das batalhas quanto dos quebra-cabeças, fazendo o jogo bastante acessível e divertido para pessoas de diferentes gostos. Apesar de manter uma mecânica parecida, a fórmula do jogo foi levemente alterada e ficou mais linear e lenta para facilitar a vida dos iniciantes - ambientes fechados trazem suas portas quase todas fechadas para evitar muita perambulação desnecessária, e você só chega na cidade de Silent Hill em partes avançadas do game. Essa arbitrariedade pode quebrar um pouco do realismo do jogo, mas economiza algumas frustrantes horas de exploração maçante que era lugar comum nos games anteriores.
Vale notar que a apresentação geral consegue ser mais homogênea que a de "Eternal Darkness", confundindo o jogador sem exagerar na dose e acabar diminuindo o impacto, como aconteceu em "Silent Hill 2".
Até a tela de Loading perturba
A apresentação de "Silent Hill 3" é impecável. O jogo não apenas é um dos mais belos títulos disponíveis no PlayStation 2, fazendo uso de efeitos de luz e sombra capazes de dar inveja em "Luigi's Mansion", mas também traz incríveis ambientes e modelos de personagens. Mas acima de tudo isso está a direção de arte do mundo negativo, repleto de paredes sangrentas, grades enferrujadas e uma variedade de objetos capazes de deixar qualquer um paranóico.
A trilha sonora do jogo traz a marca de qualidade da Konami, e apesar de aparecer apenas em alguns momentos da aventura, é da mais alta qualidade. Os efeitos sonoros, como os visuais, são capazes de enlouquecer qualquer um, e adicionam à atmosfera do título. Um elemento bastante importante é o rádio - que não serve para comunicação, mas sintoniza diferentes ruídos de estática quando os inimigos se aproximam, servindo como uma espécie de radar.
Engasgo nas falas
Um dos maiores problemas de um game tão envolvente está em seu diálogo, que apesar de contar com excelente cinematografia e boa "atuação digital" em sua execução, traz conversas forçadas e em momentos bizarros da trama. Mas tendo em vista o grande descaso nessa faceta de praticamente todo game, a fraqueza de "Silent Hill 3" não é tão aparente.
Gênero: Ação
Console: Playstation 2 e PC
Sistema de Cores: NTSC
Idioma(s): Inglês
Fabricante: Konami
Ano de Lançamento: 2003
Quantidade de Mídias: 1
Tamanho: 2.0GB
Tipo de Compartilhamento: torren
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